O mensageiro de Endovélico
-“E este quem é?” – perguntou o Catual, impaciente, mostrando uma figura que o interessava mais. Era a figura de um montanhês batalhando furiosamente e desbaratando um exército, cujas bandeiras traziam águias pintadas.
-“Este, diz Paulo da Gama, é Viriato. Foi um pastor. Mas era mais destro na lança do que no cajado. Venceu as legiões de Roma que se julgavam invencíveis. E, para o matarem, tiveram de usar de manha – que frente a frente não o conseguiam! Assassinaram-no à traição, quando dormia na sua tenda...”
-“Este, diz Paulo da Gama, é Viriato. Foi um pastor. Mas era mais destro na lança do que no cajado. Venceu as legiões de Roma que se julgavam invencíveis. E, para o matarem, tiveram de usar de manha – que frente a frente não o conseguiam! Assassinaram-no à traição, quando dormia na sua tenda...”
João de Barros
“Os Lusíadas de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo”
No artigo do Público com o título, necessariamente actual, “Freitas comparou métodos de Bush com nazismo”, é feita referência a uma entrevista dada pelo professor ao DNA, em Novembro de 2003, a propósito da encenação da peça Viriato.
Disse o professor que a mensagem da sua peça é “que um pequeno povo, bem conduzido, pode resistir por muito tempo e cheio de razão às tentativas hegemónicas de grandes potências que o queiram dominar e subjugar”. Continua, dizendo que “nós estamos a ver, por toda a parte, o actual poder imperial, os Estados Unidos, a querer subjugar povos e povos por todo o mundo”.
Quando o autor da entrevista pergunta ao professor se pode haver comparação entre os antigos romanos e os americanos contemporâneos a resposta surge, implacável: "Acho que há alguma comparação. Os romanos eram o grande poder imperial daquela época. Hoje, são os Estados Unidos. Baseados no poder militar, no poder financeiro, no poder político. E, realmente, há quem resista. Há quem alinhe logo e vá atrás e queira estar de bem com o chefe e há quem resista, quem diga "eu posso ser seu amigo, posso ser seu aliado, mas eu não quero ser seu subordinado". Foi essa a posição que os lusitanos tomaram em relação a Roma. E é essa a posição que eu acho que a Europa e o resto do mundo devem tomar em relação à América."
Foi, com certeza, um impedimentum memoriae que levou o professor a afirmar que os Lusitanos optaram pela (suave, quase rose) terceira via nas suas relações com a autoridade romana. Esqueceu-se, o professor, dos dois séculos de guerra (e de história) entre a derrota dos Cartagineses e a pacificação (romana) da Península Ibérica. Dizem alguns historiadores que essa pax só foi conseguida com a traição de Audas, Ditalco, Minuro e, mais tarde, de Perpena. Roma não paga a traidores. Caesar si viveret, ad remum dareris.
“Os Lusíadas de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo”
No artigo do Público com o título, necessariamente actual, “Freitas comparou métodos de Bush com nazismo”, é feita referência a uma entrevista dada pelo professor ao DNA, em Novembro de 2003, a propósito da encenação da peça Viriato.
Disse o professor que a mensagem da sua peça é “que um pequeno povo, bem conduzido, pode resistir por muito tempo e cheio de razão às tentativas hegemónicas de grandes potências que o queiram dominar e subjugar”. Continua, dizendo que “nós estamos a ver, por toda a parte, o actual poder imperial, os Estados Unidos, a querer subjugar povos e povos por todo o mundo”.
Quando o autor da entrevista pergunta ao professor se pode haver comparação entre os antigos romanos e os americanos contemporâneos a resposta surge, implacável: "Acho que há alguma comparação. Os romanos eram o grande poder imperial daquela época. Hoje, são os Estados Unidos. Baseados no poder militar, no poder financeiro, no poder político. E, realmente, há quem resista. Há quem alinhe logo e vá atrás e queira estar de bem com o chefe e há quem resista, quem diga "eu posso ser seu amigo, posso ser seu aliado, mas eu não quero ser seu subordinado". Foi essa a posição que os lusitanos tomaram em relação a Roma. E é essa a posição que eu acho que a Europa e o resto do mundo devem tomar em relação à América."
Foi, com certeza, um impedimentum memoriae que levou o professor a afirmar que os Lusitanos optaram pela (suave, quase rose) terceira via nas suas relações com a autoridade romana. Esqueceu-se, o professor, dos dois séculos de guerra (e de história) entre a derrota dos Cartagineses e a pacificação (romana) da Península Ibérica. Dizem alguns historiadores que essa pax só foi conseguida com a traição de Audas, Ditalco, Minuro e, mais tarde, de Perpena. Roma não paga a traidores. Caesar si viveret, ad remum dareris.
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